Do nada criaram-se barreiras no ar,
Invisível presença de medo,
E de mortes a se contar…
E tudo o que até então amávamos,
Tornou-se prisão…
Nossas liberdades recolhidas,
Por detrás de máscaras, e de muitos nãos…
Como se o fim do mundo tivesse chegado,
Tornando o coração tão pesado,
Que o seu peso abriria valas, sob nossos pés, sobre o nosso chão…
Mas, no olho desse furacão, desta pandemia,
Uma chama que esta tempestade não apagaria,
Tomou vulto em nossas retinas,
Era a esperança que vinha,
Pouco a pouco juntando as mãos…
E tantas mãos unidas,
Aplacava as lágrimas de quem chorava,
Apontava para quem ria…
Esta esperança que se erguia diante da pandemia,
Era a voz da vida que gritava:
Mais forte é a vida!
E por amor, era a vida, que a quarentena preservava…
Quanto ao resto, eram apenas ilusão!
Edvaldo Rosa
59 años
Poeta y escritor
São Paulo, Brasil.